CADERNOS: Laboratórios Visuais e Processos em Movimento

Os cadernos de artista são uma parte essencial do meu processo criativo. Eles funcionam como laboratórios visuais onde experimentação, colagem, desenho e escrita se entrelaçam, criando registros espontâneos e autênticos da minha pesquisa.

Diferente de um sketchbook tradicional, meus cadernos não são apenas espaços de rascunho, mas territórios onde referências, materiais encontrados, texturas e fragmentos do cotidiano se transformam em narrativas visuais. Cada página revela um pensamento em construção, uma sobreposição de técnicas que reflete a dinâmica do meu trabalho.

Os registros analógicos, como colagens e stencils sobre papel envelhecido, criam camadas de tempo, ao mesmo tempo que resgatam a estética do urbano e do desgaste, algo sempre presente em minha pintura. O uso de tipografias recortadas, imagens desconstruídas e intervenções manuais torna cada caderno um objeto único, quase como um manifesto visual da minha trajetória artística.

Mais do que simples suportes, esses cadernos funcionam como espaços de pesquisa que dialogam diretamente com minhas obras em grande escala, estabelecendo conexões entre o experimental e o finalizado, entre o íntimo e o público.

Eles são, antes de tudo, lugares de liberdade—um convite para testar, errar e redescobrir.