RECONSTRUÇÃO - FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO

Em 7 de agosto, de 2021, foi inaugurada a minha exposição individual Reconstrução, na Fundação Iberê Camargo. Com a curadoria de Miguel Chaia e co-curadoria de Baixo Ribeiro e Laura Rago, a mostra apresentou doze trabalhos da mina recente produção, aliando trabalhos de grandes formatos com outras menores, que tem como foco principal a pintura, oriunda da arte urbana, com o frescor de novas técnicas para uma linguagem artística tão consagrada.

As obras buscam reorganizar o espaço pictórico através das diversas ‘fatias’ colocadas lado a lado, compondo um campo dos mais variados contrastes, tendo como técnica principal o stencil (molde vazado), muito utilizado na arte urbana e tendo como principal expoente o artista Alex Vallauri.

Além da exposição, o projeto contemplava uma residência artística no Ateliê de Gravura da Fundação, onde desenvolvi uma pesquisa entre as confluências e disparidade entre o metal e o stencil, criando uma série de impressões na mesma prensa alemã que já pertenceu ao Ibere Camargo.

Abaixo um trecho do texto do curador Miguel Chaia:

"As pinturas de Daniel Melim estão impregnadas por situações e personagens urbanos que circulam nas grandes metrópoles: trabalhadores, donas de casa, crianças, anônimos diversos, entre outros tipos humanos. São figuras retiradas tanto da observação do real quanto do imaginário simbólico disseminado pela indústria cultural na sociedade. Utiliza nas suas pinturas o gestual e a geometria; a figuração e a abstração; a reprodução pelo estêncil; o desenho e a pincelada manual; o muro e a tela; o ativismo e a arte.

Suas figuras humanas, insistentemente presentes nas telas – às vezes, em primeiro plano –, são contornos, padrões corporais, linhas que delineiam o vazio. Opostamente ao vazio interno das figuras, o ambiente que as circunda é um caleidoscópio de cores, formas variadas, relações cromáticas, áreas tingidas, manchas, respingos, grafismos, letras, números, sinais, símbolos.

A linguagem cinematográfica e a HQ marcam as pinturas de Melim, seja nos murais ou nas telas. A escala do cinema perpassa o conjunto da obra deste artista. Ele mergulha nos filmes de diversas épocas, mas principalmente dos anos 50-70, para recuperar valores e signos."

fotos: Nilton Santolin e Gustavo Possamai